12 de jul. de 2010

Melodramático

Não estou bêbado, mas sei que irei me arrepender deste post. Por uma série de razões, a primeira é porque é humilhante pra mim. É um regozijo para quem quer que não goste de mim, embora nisto eu veja uma utilidade: é assim que consigo separar quem gosta e quem não gosta. Por favor, pule esse post e poupe seu tempo.

Antes de finalmente começar, um aviso: não tenho talento. Sério. Escrevo mal, muito mal. Porque eu não sou um artista, veja bem. Sou reflexivo, auto-centrado, em uma palavra, egocêntrico! E eu sei que isso não me é vantagem, mas é a única chance que eu tenho de me acalmar agora. Não tenho nenhuma pretensão de fazer um texto bonito, apenas um desabafo melodramático me basta. Não sei brincar com idéias, nunca soube, não espere isso de mim, pois não poso te dar.

Tenho dificuldade em me encaixar. Em ser aceito. Finalmente, tenho dificuldades absurdas para que gostem de mim, embora eu não saiba entender o motivo, devo ser apenas esquisito.

Desde que mudei pra Niterói, nunca consegui me fazer encaixar o suficiente, por quaisquer motivos que sejam. Não consegui enxergar aqui como um lar. Não que em Sampa fosse muito melhor. Era um pouco, mas não muito. E voltar pra lá não ajudaria muito. Teria alguns amigos de volta, mas outros eu iria perceber que perdi mesmo, e para sempre. E iria me aborrecer profundamente a má-vontade deles em me ver. O lado positivo de voltar pra lá é que talvez eu me sentisse em casa novamente. O lado negativo é que eu provavelmente iria me decepcionar muito.

Então, eu sonho com esse lugar ao mesmo tempo simbólico, real e imaginário: Barcelona-Catalunha. Como se isso fosse resolver meus problemas, como se, lá, eu pudesse me sentir encaixado. É um fetichismo, apenas. Algo para assegurar minha segurança ontológica; se não houver a possibilidade de achar um lar, não haverá a possibilidade de segurança ontológica. É como acreditar que eu não me sentir bem agora é para o melhor, de alguma forma sadomasoquista ou deturpada. Serve apenas como proteção da segurança ontológica (como o destino, o karma, o plano divino ou o mérito), ou seja, apenas uma ilusão.

No fim do dia, sou apenas um proletário pretensioso, escondido em uma pose de futuro-intelectual, desejando ascender à baixa burguesia. Minhas dores e preocupações são pequeno-burguesas, não merecem respeito. Há coisas muito piores que, ainda bem, não acontecem comigo.

Talvez alguns tenham entendido porque eu ajo como ajo.

Se você riu do meu post ou apenas sentiu prazer com ele, você pode ir à merda e ficar nadando por lá até seus pés caírem.

3 comentários:

  1. A pior parte em desejar mto uma coisa é possibilidade de q qd ela aconteça, não seja do jeito q a desejamos.

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  2. Engraçado, também me sinto assim - com uma diferença: não ia adiantar mudar nem de país!

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