24 de set. de 2008

Escolhas e des-escolhas

Não tente entender minha posição política, tampouco a minha posição religiosa. Não que sejam por demais complexas. Mas às vezes é bom ter medo da (minha) verdade. A chance de você não concordar comigo é grande. Grandíssima. Quase máxima.

Aos doze anos, já havia escolhido ser católico. Dois anos depois, voltei a pensar no assunto... Des-escolhi ser católico, mas escolhi continuar cristão. Aos quinze, des-escolhi ser cristão, mas continuei a ter uma fé em algumas coisas que, hoje, parecem-me magia. Hoje, escolho acreditar em nada. Não que acredite que Deus não exista. Mas eu não vou descobrir a verdade antes de morrer mesmo...

Aos doze anos, escolhi ser conservador. No ano seguinte, comecei a flertar com o socialismo, mas escolhi, paradoxalmente, o liberalismo. Aos quinze, des-escolhi o capitalismo e adotei de vez o socialismo. Mas nem tão de vez assim. Aos dezessete, des-escolhi isso, para não escolher mais nada. Talvez seja influência de Adam Smith, daquele pensamento de que todos agem, quase todo o tempo, apenas em virtude do próprio interesse. Olhando hoje, também o faz a esquerda. As pessoas não têm princípios fixos, agem apenas de acordo com o que é vantajoso no momento.

A explicação? Simples. Primeiro: toda forma de governo, bem como a ausência de governo, é um tipo de ditadura. Como escolher a melhor? Segundo: toda religião precisa de crença em magia ou algo do tipo. Como descobrir qual funciona de verdade?

Terceiro: A minha vida. Não a arriscaria por quase nada. Numa revolução, precisa-se de sangue, de combate. Vocês podem ser humanos, mas eu sou um animal - escolho a minha própria vida. Só entraria em combate por dois motivos: última chance de sobrevivência ou possibilidade de ganhar. É tolice lutar quando não se pode ganhar. Ninguém, em sã consciência, faria isso. Não que eu me renda ou me sujeite fácil. Mas dou meu jeito de me reconstruir até poder inverter a situação. Não sou um "missionário", tanto no sentido político como no religioso. Não me importo em ter de esperar, desde que consiga o que quero.


Desconectando.

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